Ministério da Saúde vai atuar na assistência integral ao doente renal crônico
O coordenador-geral de Atenção Especializada do Ministério da Saúde, Rodrigo Chalegre, disse aos integrantes da Comissão de Saúde da Câmara dos Deputados que os primeiros seis meses de governo foram usados para "apagar incêndios" no Sistema Único de Saúde (SUS), como o reajuste da tabela dos serviços de hemodiálise. “A hemodiálise estava ameaçada de parar por colapso financeiro. Se não fosse a PEC da Transição, a gente teria colapsado o sistema. Não tinha mais dinheiro para nada”, ressaltou.
Rodrigo afirmou que somente agora a pasta vai atuar sobre a assistência integral ao doente renal crônico ou àquele que poderá se tornar um. A doença renal é caracterizada quando ocorre o mau funcionamento dos rins por três meses. O diagnóstico é feito por exame de sangue para dosagem de creatinina e de pesquisa para a presença de proteínas na urina. As dificuldades do doente renal foram debatidas nesta terça-feira (27) em audiência pública da comissão.
O coordenador explicou que o ministério poderá transferir as habilitações de serviços de hemodiálise e diálise peritoneal para os estados, acelerando os tratamentos. A diálise peritoneal, que é realizada pelo próprio paciente, em casa, foi bastante defendida na audiência.
O nefrologista Mário Ernesto Rodrigues disse que já são 10 milhões de doentes renais crônicos no país com 153 mil em diálise. Ele sugeriu que o SUS incentive a doação de rins em vida e ressaltou a importância da diálise peritoneal que, segundo ele, teria um custo menor, menos complicações, além de ser mais sustentável.
Ele explicou que a hemodiálise gasta 3.100 litros de água mensais por paciente. O médico acredita que a peritoneal é pouco usada por baixo conhecimento técnico. O deputado Dr. Zacharias Calil (União-GO), que pediu a audiência, comentou que, em Goiás, algumas pessoas têm que se deslocar 300 quilômetros, três vezes por semana, para fazer hemodiálise.
Diagnóstico precoce
Rodrigo Chalegre contou ainda que, nos últimos quatro anos, o ministério não atualizou o cadastro de diabéticos e hipertensos e isso também está sendo retomado. Essas são as principais portas de entrada da doença renal.
Representante da Sociedade Brasileira de Diabetes, Luís Henrique Canani disse que, no Rio Grande do Sul, 50% dos pacientes com diabetes tipo 2 têm doença renal. O médico explicou, porém, que a doença renal tem prevenção e tratamento eficaz quando descoberta mais cedo.
Dr. Zacharias Calil disse que é importante orientar para os diagnósticos precoces nas primeiras consultas no SUS e no programa Mais Médicos. “Nós temos que capacitá-los para esse tipo de atendimento. Chamar a atenção porque a população está envelhecendo e cada dia mais nós temos problemas renais sobrecarregando o SUS”, alertou.
Fonte: Agência Câmara de Notícias
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